
O LIVRO QUE VOS DEIXO - O legado de Arlindo de Almeida Santos
Arlindo de Almeida Santos, nascido a 2 de Abril de 1944 em Arrifana, Seia, começou as primeiras experiências em fotografia com apenas 8 anos. Aos 10 anos, diz a cédula profissional, que ainda hoje preserva com gentileza e ostenta com distinção, iniciou oficialmente o seu percurso profissional.
Desde sempre quis ser engenheiro mecânico, mas quis o destino que a sua paixão pela Fotografia o fizesse tomar um outro rumo. Com 80 anos, e já 70 de carreira, o senhor Arlindo é um mestre da arte fotográfica. Nos seus 70 anos de profissão já teve 4 laboratórios, contratando um total de 8 colaboradores. Hoje, está sozinho, no seu laboratório DIORAMA, uma autêntica loja museu, onde exerce o seu ofício há 42 anos, na Rua dos Esteireiros, na Baixa de Coimbra.
De uma cortesia e amabilidade tremendas, o Senhor Arlindo recebeu-me de braços abertos, no seu laboratório, hoje de manhã.
Entrei cativado pelas máquinas e lentes antigas, bem como as fotografias que descrevem uma Coimbra antiga, que o tempo já levou, mas fiquei para mais um pouco de conversa.
Ainda que fotógrafo de profissão, o Senhor Arlindo aventura-se também na engenharia, aquela que sempre tanto quis, e é na simbiose das duas que constrói máquinas fotográficas, e outro tipo de equipamentos, completamente de raiz, reutilizando o máximo de material possível.
Fiquei a saber também, que durante a pandemia, o Senhor Arlindo construiu, sozinho, uma Máquina Fotográfica ULF (Ultra Large Format), que à escala supera o seu próprio tamanho, imponente, elegante e engenhosa.
Esta autêntica obra de engenharia reside no interior do laboratório, longe dos olhares transeuntes que por ali passam diariamente e que, tal como eu, não fazem a menor ideia da quantidade de História, Paixão e Engenho que ali residem.
Como homem de família, e reconhecendo a dificuldade em exprimir por palavras o amor que sente pelos seus, o Senhor Arlindo denominou esta máquina "O LIVRO QUE VOS DEIXO".
Um legado tremendo, que pode e deve ser reconhecido, por todos nós, sobretudo aqueles que amam a fotografia tanto quanto eu.
Foi uma surpresa agradável, hoje. Fui dar uma volta de máquina nas mãos e deparei-me com tudo isto.
Tenho a certeza que nos momentos em que ali estive, muito ficou por contar. Em 70 anos de carreira, inevitavelmente ficaram por revelar inúmeros projetos, histórias, curiosidades e lições de vida.
Seria impensável não parar para vos contar um pouco da história do Senhor Arlindo e convidar-vos, também, a visitá-lo no seu laboratório.
Tenho a certeza absoluta de que serão tão bem recebidos quanto eu.
Quanto a mim, irei com toda a certeza lá voltar.
Tenho a certeza absoluta de que serão tão bem recebidos quanto eu.
Quanto a mim, irei com toda a certeza lá voltar.
































